As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.
Carlos Drummond de Andrade
Blog com recortes, dicas, fotos e tudo o que diz respeito ao maravilhoso universo literário.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
A Hora do Cansaço
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Nenhum comentário :
Postar um comentário